quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

outra dimensao


Eu estou em outra dimensao. E a foto eh do por do sol em Malibu. Quando tudo acabar eu volto e conto.

domingo, 28 de dezembro de 2008

san francisco, até mais

Encerro amanha, entao, minha jornada de ter uma casa soh pra mim. Foi a experiencia mais louca até agora e eu vou sentir muita falta. Falta dos meus amigos abrirem minha geladeira. De dizer dorme ai, escolhe um quarto. De ter 3 carregadores de celular pendurados na tomada e eu nem saber de quem sao. De empilhar garrafas de vinho e potinhos de comida pronta. Amanha acordo cedo e limpo a casa, apago vestígios e resolvo algumas paradas. E aí, depois de uma dose exagerada de confusao, estou indo para Los Angeles. Os planos ainda nao estao perfeitos, mas estao ficando. Vejo voces na calcada da fama.

sábado, 27 de dezembro de 2008

feliz natal, feliz ferias

O natal passou e as ferias estao indo bem obrigado, e ficarao ainda melhores depois de alguns empurraozinhos do brasil. Estou ainda digerindo o macarrao instantaneo mais ridiculo que eu ja comi na minha vida. Passei mesmo para colocar umas fotos por aqui.

Arvore de natal da Macy's, na union square.

Pista de patinacao por la tambem.
Um pulo na praia pra ver o por do sol e sentir frio.

Um outro pulo em downtown mais tarde.
E a dancarina meio que sambava.



quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

tinha ate farofa

E dai no ultimo minuto, tudo deu certo. A festinha, o chester, e ate a farofa. Tinha que ter a farofa. Com algumas dicas da mae no Brasil, comecei a assar o chester que veio a ser salvo pela Melanie mais tarde. Algo entre converter de celsius par fahrenheit atrasou as coisas um pouco. Estavamos em tres brasileiros e dois americanos e sete garrafas de vinho. A trilha tocava o melhor das musicas de natal e o clima tava otimo. Sem mais palavras, pois nem o cafe da manha colocou minha cabeca no lugar ainda. Foi otimo.

E em algum determinado momento presenciamos uma cena chocante no natal. Seria um incendio na vizinha? Ou um daqueles casos policiais dignos de Discovery Channel: dona de casa assassinada com cinco golpes de peru na cabeca.
Sei la, feliz natal!


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

glup, 1, 2 3.

Terca feira, ultimo dia de trampo, quase que meia noite. Diario de bordo, o que te contar? Que dias mais loucos. Eu nao tenho uma casa em San Francisco, mas eu senti como eh ter. E nao vou mais esquecer. Enfiei o dedo na liberdade e girei tres vezes fazendo careta. Amanha eh natal e nem me avisaram. E tanto faz talvez, eu to de ferias. Eu nao aguento mais macarrao com molho vermelho enlatado e almondegas congeladas. Nem minhas visitas. Eu tenho visitas. Ja te contei que eu tenho uma casa em San Francisco? Vai ver que eh por que nao tenho. Mas senti como eh ter, e isso eu contei. Isso, entre tantas coisas que nao contei. Dizem que tem cameras aqui. Eu ja olhei, nem tem. Ou nao achei. Que dia eh hoje? Ah, eh quase natal. Alguem me avisou que era natal? Nao, ninguem. Mas me trouxeram um chester. A irma da gina me trouxe um chester. Californian chester, eh o nome. Logo, eu tenho um chester, no freezer. Sabe o que vou fazer amanha? Nem eu, alem de acordar. Posso ver a neve, se eu quiser. Mas ainda assim prefiro o fogo. Nao sei por que. Perdi meu brinco. Percebi entre a penultima frase, e a ultima. Minha cabeca perdeu o equilibrio. Amanha eh natal. Amanha eh natal. Amanha eh natal. Alguem me da um brinco novo?

domingo, 21 de dezembro de 2008

eu sou astrologo

eu sou astrologo, voces precisam acreditar em mim.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

i need a new walk

Se viver é sentir, e nao importa o que, eu estou vivendo por aqui. E mais intensamente do que nunca. Se eu tivesse mais tempo a me dedicar a este blog, eu teria mais histórias para contar do que qualquer pessoa que lê isso aqui teria em paciência para ler. Se fosse para contar além das historias, mas tambem todas as ideias que eu processo diaramente, a cada hora que passa, em cada viagem de metro ou nas conversas atravessadas, livros cairiam das minhas orelhas. E apesar do tempo passar mais rapido do que eu posso acompanhar, de muitas coisas estarem menos dentro do meu controle que gostaria, e de todo esse turbilhao de ideias desfocadas que me atinge todos os dias, eu me sinto estranhamente bem.

Desde o ultimo post, muitas coisas aconteceram, e ai voces vao entender quando eu digo que as coisas por aqui sao tao rapido quanto tres cigarros. A uma semana atras, a machouse era uma casa cheia. E aí, o turco se mudou, e por uma serie de acontecimentos recentes, foi melhor assim. A Angie e a Conchy foram curtir as ferias das aulas fazendo uma viagem por alguns lugares na terra do tio sam. Pela logica, sobrou eu e a japa porno, que se muda – para um hotel – na sexta. Fiz questao de fazer uma despedida ontem.

Resumindo, eu nao tinha quarto até semana passada, e vou ter uma casa inteira só pra mim por duas semanas. A gina está de férias na tailandia e nao volta tao cedo, a irma dela, que ficou responsavel em ficar de olho na casa, veio outro dia e disse coisas do tipo: entao eu nem venho mais aqui, se a gina perguntar diz que eu venho, faz bastante festa aqui, convida teus amigos e comam toda a comida. Louca, louca, louca. Olha pra quem ela foi falar.

Enfim, chegamos ao final do ano, completo tres meses, e cortei meu cabelo mais curto do que eu estava prevendo. Estou encarando esses tres primeiros meses por aqui como adaptacao, o que na verdade, ja aconteceu. Me sinto tranquilo indo de um lado pro outro, habituado com a lingua, com a cultura, com a cidade, e agora tentando me adaptar ao clima – saio de casa de manha em deliciosos 6 graus. Desses tres meses, ja consigo tirar muita experiencia, e algumas ainda estao em fase de processamento. A parte mais dificil de lidar é a falta que meus amigos e familia fazem, principalmente na forma como eles nos ajudam a ver quem sou eu. Aqui eu tenho que confiar diaramente nos meus julgamentos e tomar decisoes sozinhos. E apesar de sempre ter sido muito seguro quanto a isso, aqui as vezes eu nao sei mesmo.

As ferias estao chegando, e como sempre, estou deixando os planos para cima da hora e espero nao me ferrar. Minha cabeça anda com toda a memoria ram devotada para renderizar o que eu preciso mudar, e nao tem tempo pra pra planejar coisas que meu dinheiro provavelmente nao vai ser suficiente pra pagar. Esses dias uma pessoa especial me lembrou o que eu coloquei como objetivo para 2008, antes de me jogar no mar, na última virada de ano. Inconscientemente, eu estou cumprindo mais que esperava. Para o ano que vem, ja tenho alguns, muitos.

Enquanto isso, nova central de atendimento mac:

para quem tentou me mandar mensagem no meu celular e nao conseguiu, tcharã: mandem email para 14155747256@mymetropcs.com que eu recebo como mensagem no meu celular, a qualquer hora do dia, e da noite.

para quem quiser me ligar e sabe que ligacao pra california custa mais caro que cerveja na bica, tcharã: me adicionem no skype (macparo) e liguem para meu contato quando estiver offline que eu vou receber a ligacao no meu celular, sem custo pra ninguem.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

um post que vale por uma semana

Andei sumido daqui por falta de tempo, e nao sei se por falta de inspiraçao, ou excesso. O vai e vem de bons momentos continuam, mas cada vez mais os bons fazem os nem tanto desaparecer, em meio de tanta coisa, tanta coisa. Acho que aprendi a dividir os rodrigos em todos e aproveitar cada um, um pouquinho. E se qualquer deles entra numa fria, um outro rodrigo assume o negócio.

Sobre a mudanca, posto agora da nova casa, na nossa sala de janta, ouvindo o som da coreana e da espanhola mastigarem o doritos. E feliz pra caramba. Na verdade, eu acabei sendo o ultimo a se mudar, pois passei um dia fora da casa. Acabaram se mudando mais cedo e a Angie me ligou dizendo que ja estavam na casa. Nada mal para o suposto responsavel. A casa superou o que eu esperava, enquanto eu me preparava para fechar os olhos, se preciso. Mas acontece que foi o contrario disso. Enquanto a gina me mostrava a casa, dentro da nossa pequena-mas-nao-menos-que-perfeita cozinha, me mostrando onde estavam os pratos, os talheres, tudo arrumadinho e novinho, eu perecebi que essa eh a situacao que eu tinha melhor visualizado pra mim: uma casa bacana, com gente bacana e de fora, e coisas bacanas. E ai eu percebi que nao consegui só isso, eu consegui um aluguel barato e nem minha roupa de cama eu preciso lavar.

O quarto eh pequeno, no terceiro andar, vizinho da angie. Nao tenho armario e minha janela me deixa na duvida se é mesmo uma janela. Mas sendo pequeno ou nao, é meu, com as minhas coisas e logo, logo com a minha personalidade. Todo dia no trabalho eu nao vejo a hora de vir pra casa. Além disso, estou perto de tudo, de shopping, de mercado 24 horas e até da Karina. Passo na frente da casa dela para ir para a estaçao, que fica dez minutos mais perto do meu trabalho - yeay.

Posso dizer que esse está sendo um dos momentos mais legais até agora. Espero que de tudo certo, embora hoje já recebi uma mensagem da japa porno para abrir a porta se ela ligar, pois a chave dela quebrou. Vou ter que tomar conta de gente aqui, e de mim, dai? Sair de south sanfrancisco foi bacana, caminhando para a casa pela ultima vez eu fiquei pensando e enumerando algums degraus que eu andei.

No trabalho estou falando mais, e finalmente consegui apresentar umas coisas que eu fiz e foi bem recebido (nao pensem photoshop, pensem excel). Na cabeça, normal, as vezes eu vejo ela como se fosse aqueles enfeites de natal que voce chacoalha e a neve vai caindo. E aí vai terminando de cair bem devagar até eu agitar denovo. No físico, tudo bem, pois vou ter 12 dias de férias (e tentar fazer alguma coisa com a verba curta). No mais, está tudo certo. Segue umas fotos legendadas pra contar um pouco:


Essa conta sábado e domingo passado, se ler bem nas testas.




Isso foi no dia da mudança, quando o sean veio me abracar dizendo que ia sentir saudades. Falei pra ele que ia levar ele na mala, ele correu pra ver se tinha espaço. Nao tinha aí e enfiei ele numa caixa.

E ai eu descobri que da pra mandar foto do meu celular pros amigos no brasil, ai eu nao trabalhei e encomodei o pi.



E teve plesanton.

sábado, 6 de dezembro de 2008

sexta a noite


sexta a noite.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

quase pisando no freio

Hoje acordei as 5:45 da manha. Dormi de cabelo molhado, acordei com um penteado pré-estabelecido, e usei ele o dia todo. A auditoria acabou, assim como meu folego de tanto correr. A melhor noticia é que daqui a pouco é sexta, e passou a semana de dormir e trabalhar. Apesar de ter sido uma semana corrida, desgastante, exaustante e cheia de contratempos que nem listei aqui, me sinto bem bem.

E amanha de manha é dia de visitar as escolas de intercambio e me apresentar como mac, o responsavel pela casa. Passei minha melhor camisa e encerei minha cara de pau. Acho que me mudo no sabado, mas vai saber. Mas se for, vai ter festa. Pra fazer valer a semana, e a casa nova.

Hora de dormir!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

show me the money

Depois de um feriadao facinho, a semana esta apertada como previsto. Hoje tive um dia de cao, mas sorte que minha experiencia de agencia de publicidade me faz perceber que eu tenho energia escondida sempre em algum cantinho. Estamos passando por uma auditoria, ironicamente nós, que auditamos, e estou passando um sufoco pra colocar trabalho dos outros em dia.

Depois de varios momentos insanos meu comigo nos ultimos dias, decidi focar no meu trabalho essa semana, numa opçao meio que sem escolha, mas por vontade propria. Essa semana era semana de escritorio bonito, mas pela confusao da preparacao acho que a agenda ficou: feio-feio-bonito-feio-bonito. E ai eu to correndo de la pra ca, e de ca pra la e de la pra casa. Decidi dormir cedo, prestar atençao e aprender alguma coisa com algumas pessoas. Tive uma pequena reuniao no escritorio feio hoje com um chefao e um chefinho. Prestei atencao no chefao e eu acho que ele prestou atençao em mim.

Parte de focar no meu trabalho veio de um insight que me ocorreu ontem de manha no caminho do trabalho. Eu descobri que eu sou eu, mas que sou varios ao mesmo tempo, e cada um deles tem uma funçao por aqui. Acho que o rodrigo estagiario tinha ficado meio esquecido no meio de tanta coisa rolando, mas ja resgatei ele. Embora cansado, é esse o rodrigo que, alem de cheio de ambicoes na carreira, poe o dinheiro no meu bolso. Entao resolvi dar mais atencao a ele.

Entao querendo ou nao, mas optando sem querer que sim, vou la dormir que amanha eu pulo as 6 da cama e saio correndo de ca pra la denovo.

domingo, 30 de novembro de 2008

when the puppets go mad

E assim acaba o feriadao por aqui, com os bonecos enlouquecendo, ou as pessoas em si. Com a turminha internacional, espanhola, koreana e turco, pirei na casa e na picnic area 2, num parque aqui do lado de casa, que acabou de se tornar um lugar especial pra gente. O turco maluco dançava e cantava algumas coisas da turquia, enquanto a espanhola acompanhava e pedia pra aprender dança koreana e brasileira. A angie nao dançou porque nao tinha um leque, e eu nao sei sambar.

O turco entrou numa bad trip e começou a chorar e arrotar enquanto falava com a namorada, muito próximo a ele a gente ria enquanto comia arroz com ketchup com chopsticks, o mesmo que usamos para jogar rouba monte - o jogo de cartas mais internacional que eu ja tive conhecimento. E mais facil de explicar, quando nao eh o caso.

O feriadao encerra com muitos bons momentos, afinal, como nao poderia ser com tanta gente maluca do meu lado? Eu sou um pararaio de loucos, e ainda bem. Amanha eh segunda e preciso colocar a cabeca no lugar pois sei que vai ser puxado. Mas no fim desta semana, se tudo der certo finalmente, estou de mudança para Daly City. Alias, eu e os malucos todos.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

agora o oposto do que eu disse antes

A semana passou, o feriado chegou e o peru assou. Ontem foi thanksgiving, dia de açao de graças, como diria a traduçao de filmes de sessao da tarde no brasil. Me levei para a casa dos brasileiros gauchos na mission e tive um momento bacana por la. Me vi numa casa com vinte pessoas, entre elas brasileiros, americanos, alemaes, indianos, espanhois e sabe-se-la mais o que. Em algum certo momento, que podemos chamar de quinta cerveja, me vi observando todas aquelas pessoas, viajantes ou nem tanto, mas que estavam ali com alguns propositos iguais. Pessoas livres e que tem o mundo como sua casa, conversando, bebendo e comemorando junto um feriado qualquer. Inclusive bati um papo com uma alema meio maluca que está agora a caminho de new york por que alguem la disse pra ela que ela tinha talento para ler maos. É no minimo esquisito estar num lugar assim, mas ninguem acha isso na verdade. Eu estou acompanhando uma transformacao aqui, e mais bonito que fazer ela acontecer é perceber ela aparecendo.

Estou curtindo um feriadao por aqui, por que americano tambem emenda as coisas. Estou tirando umas ferias de excel, de traducoes e um pouquinho de mim mesmo. Hoje sai para caminhar e nao pensar, ao inves de pensar. Pois quando procuramos demais por algumas respostas, esquecemos que o que precisamos mesmo sao perguntas certas. Ando bem pensativo, e segundo algumas conversas que eu tive, é algo normal para alguem no meu lugar. Entao eu só multiplico minha insanidade pelo número de novas experiencias e aceito a forma como as novas ideias pulsam na minha cabeça. Algumas oportunidades nao sao oportunidades, alguns sentimentos nao sao reais, algumas decisoes sao erradas pois sao baseadas nisso. E ai como degrais falsos eu vou subindo e caindo, enquanto tento chegar onde eu nao sei muito bem. E é por isso que as vezes digo e me contradigo e confundo todo mundo. Mas de uma coisa eu ja nao tenho mais duvidas: eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opniao formada sobre tudo.

Ps.: inventei um jogo novo e se chama crashing the pumpkin. alguem ta afim de limpar a sujeira?

terça-feira, 25 de novembro de 2008

ruou-dri-gou

Quer ouvir como as pessoas pronunciam meu nome aqui nos estados unidos? Faz o seguinte: escute isso. (passe adiante para o minuto 40)

Falei em uns posts atras que eu ouvia diariamente um podcast, de duas malucas, sobre questoes ambientais, revolucao verde e tudo mais que possa se encaixar no titulo more hip than hippie. Resolvi enviar um e-mail pra elas e contar algumas coisas. Essas malucas, alem de super ligadas em tudo que ha de novo em termos de ecologicamente correto, degustam em cada podcast uma cerveja diferente. Quem me conhece sabe minha relacao com cervejas diferentes. Enfim, nao resisti, mandei um e-mail, e agora tenho que ir logo ali em Chico pois elas falaram no ar que vao me pagar uma cerveja (soh nao vou falar que ja tomei a Sierra Nevada).

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

e ai eu corri


Ateh descobrir que recomeço nao é uma linha reta. Pode ter curvas, ou pode nao ter saida. E entao voltei a ouvir, e nada melhor que ouvir a sua propria voz quando nao é falando com voce mesmo. E ouvir a voz de alguem que ouve a sua voz, e diz coisas que voce já sabia mas alguém precisava te dizer. Falar com alguém que te conhece e que vai te dizer onde foi que voce se perdeu. Tenho amigos maravilhosos no Brasil mesmo. E aí eu conto meus erros, que me entende, que me clareia, ou que me escuta e me diz o que eu devo fazer, soando como o que eu quero ouvir. E aí eu acrescento na minha mais nova lucidez: aqui, eu também tenho gente maravilhosa. Se tenho. E entre tanta coisa que eu poderia falar depois de uns dias perfeitos, com um final - que nao é um fim - que nao merecia, eu só quero dizer que: numa folha qualquer, eu desenho um sol amarelo. Que com cinco ou seis retas, é facil fazer um castelo. Que posso correr o lapis em torno da minha mao e me dar uma luva. E se eu faço chover, com dois riscos, eu tenho um guardachuva. O futuro é uma astronave que tentamos pilotar, que nao nem tempo, nem piedade, nem tem hora pra chegar. Sem pedir, muda nossa vida, e nos convida a rir ou chorar.

Amanha eu vou acordar e te sorrir. E agora eu engato a ré, vou sem pressa, e cantando toquinho. Mas na minha versao, e no que depender de mim, nao descolorirá. Ouviu?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

que venha amanha


Pra variar, ando correndo. Corro para o trabalho, corro para casa, corro pra quem me chama. E aqui eu ajeito tudo, se nao tem tempo pra dormir, a gente tira uma soneca no metrô mesmo. O que importa é o impulso, quando o impulso é o que menos conta. E aí eu vou e venho, volto e fico, e já nem escuto bem o que me dizem. O tempo anda e eu quero correr. Eu vivo cinco dias em vinte e quatro horas.

E aí o medo se vai, por que tao rápido quanto as coisas vem, elas também vao. É só eu correr que tudo passa, tao rápido quanto as paisagens desfocadas que, ainda assim, aprecio enquanto vou correndo daqui pra lá. E mesmo quando eu paro eu nunca paro. E mesmo quando eu nao sei onde eu estou indo eu continuo indo. Por que a vida é mesmo uma história contada por um idiota. E se nao fosse, nao seria história. Nao a minha.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

don't monday me.

Segunda com preguiça de pensar, com saudade do final de semana, e de outras coisas mais. Tô até com dor de cabeça. Pode ser só rapidinha?

rapidinha#1: tem pessoas no meu trabalho que me respondem as coisas, as vezes parece, que até antes de eu terminar de escrever o e-mail. tem pessoas que nunca respondem e eu ficuputu.

rapidinha#2: nos reunimos uns 4 ou 5 na sala de reunioes hoje antes de eu ir embora pra ver o por do sol mais lindo que eu ja vi na minha vida. e nao tirei foto.

rapidinha#3: a piada do pintinho é a seguinte: foi ciscar caiu.

rapidinha#4: guia prático para o sucesso em três etapas: 1) faça acontecer. 2) descubra o que deu errado. 3) faça acontecer.

rapidinha#5: abraço deve ser coisa de brasileiro.

rapidinha#6: tenho que parar de só lavar roupa quando eu nao tenho mais nenhuma roupa que eu possa usar outra vez. e meus sapatos precisam de um trato.

rapidinha#7: tenho que parar de deixar pra passar minha roupa de manha antes de trabalhar, e acabar nao passando.

rapidinha#8: vou lá passar roupa.

domingo, 16 de novembro de 2008

domingo eh dia de andar de barco


Convoquei angie e fomos passear de barco, ateh sausalito e tirar fotos. Estar em uma das cidades mais lindas do mundo eh isso. Sem muito o que falar, senao pelas imagens. A coisa mais engracada do dia foi estar passeando em saulito e ouvir alguem me chamar: Ah nao, Rodrigo? Encontrei o andre por la, o cara da casa da mission st, todo ralado por causa de um acidente ciclistico a caminho da cidade. Voltamos com eles no ferry, e infelizmente as fotos noturnas ficaram uma merda. Desculpe pelas paisagens repetidas, eh que, pelo menos ao vivo, nao cansa de ver.



E agora a melhor: a foto da piada da gaivota de uma perna soh.

Quando eu cheguei em casa e baixei as fotos que eu vi isso. Eu chorava de rir enquanto mostrava a foto pro turco e tentava traduzir pra ele a piada do pintinho de uma perna soh. Ele soh ria da minha cara, enquanto eu encenava a palavra ciscar, por que eu tava com preguica de olhar no dicionario. Alias, eu to rindo ateh agora. Essa eh a gaivota mais bizarra que eu ja vi!

By the way, mamae eu vi uma foca.

um pouco de um monte de coisa

Passando para uma postagem meio preguicosa, mas soh meio, sem deixar de resumir um pouco dos ultimos dias. Sexta participei do meu primeiro acidente de carro na america, para ser um pouco dramatico. Kyle, o auditor gente boa que trabalha comigo em Pt Richmond, e que fala ateh que um bom portugues, e que me pagou o almoco numa pizzaria de brasileiros na sexta, me deu uma carona do trabalho ateh a estacao do BART. No caminho, enquanto conversamos, eu falando ingles e ele respondendo em portugues, uma retardada virou a esquerda e bateu no carro dele. Acontece que estavamos em Richmond, dentro da area conhecida como o triangulo de Richmond. Trauduzindo culturalmente, significa uma das tres areas mais perigosas dos estados unidos. E la estavamos nos, com um pneu a menos, em um gueto nada simpatico. Reduzindo, nem a compania de seguro apareceu pra prestar o servico dada a simpatica localidade, e ai um mano do gueto apareceu do nada e trocou o pneu pra gente. E foi uma licao.

Cheguei em casa atrasado para o que seria a vamos-pra-qualquer-lugar-get-crazy-night, e ai acabamos passando numa conveniencia para comprar alguns abastecimentos e ficarmos por aqui. Eu, ata - o turco, angie e conti - a espanhola, compramos cerveja, que acabamos misturando com uma bebida coreana, vodka, cha, nescau e cafe, e muitas vezes tudo no mesmo copo, como demonstrada na foto estranha abaixo. Tudo isso, ao som ao vivo de angie tocando piano. De chopin a alicia keys, ela deixou todo mundo com a cara no chao. A ressaca hoje, apesar de um cha magico chines curador de ressaca, foi pesada.

Acordei cedo pois eu tinha que ir ao banco. Em um momento de pouca lucidez dois dias atras, eu esqueci meu cartao dentro da maquina quando fui sacar dinheiro, e soh percebi isso quando eu precisei dele para pagar meu almoco. Shit happens, mas nada que uma ligacao para a Tula nao resolva tudo. Alias, passei la essa semana e ensinei ela a ver o extrato do banco na internet enquanto ela me alimentava com arroz, feijao e muito cookie.

Depois de dois banhos, tres remedios, e muitas horas de sono, criei coragem (leia vergonha) e fui cortar meu cabelo. Nada muito profissional, ainda mais pelo preco. Voce quer que eu corte aqui, perguntava a retardada sem muita nocao basica sobre como deixar um cabelo mais curto. Mas deu tudo certo. Liguei para a angie, que hoje se mudou para a casa a mae da gina, e falei: letsgetthehellout. Nos encontramos na powell, e de subito, pegamos um onibus e fomos para a embarcadeiro. E ai constato: trouxe a camera, mas nao o memory card. Estavamos num lugar lindo, comemos pizza, tomamos vinho e fizemos o que provavelmente foi a caminhada noturna mais bonita que eu ja fiz. Cada vez mais descubro o potencial que esta cidade tem em ser bonita de tirar o folego. O celular fez uma foto e da pra ter uma ideia, no inicio do post.

Agora, 1 e minha idade da manha, estou indo para meu quarto. O quarto que eu estava, que nao eh a sala, e que eu ainda divido com o turco. Chega de acampamento, chega de morar metade na sala, metade embaixo da escada. Por enquanto, pois eu nunca sei. Mas ta tudo certo, eu moro mais embaixo do meu chapeu do que nunca. Eu moro ali perto daquele ponte, moro no coracao de um monte de gente, moro aqui e daqui a pouco ali. E tudo isso as vezes eh tao aconchegante quanto minha cama no Brasil.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

for the people, by the people

Soh para nao passar em branco, e antes tarde do que nunca, a eleicao do Obahma por aqui foi realmente um plus na minha experienca com a cultura americana. No dia das eleicoes, houve uma excitacao muito grande. Todos no meu trabalho me perguntavam: onde voce vai assistir as eleicoes? A pergunta estava no ar mesmo por que haviam varias opcoes, ateh salas de cinema vendiam ingressos - e esgotaram rapido - para assistir o final das eleicoes. Eu acabei indo num bar mexicano com meu parceiro turco e assisti ao resultado tomando cervejas e comendo quilos de nachos.

Resolvi escrever isso hoje pois hoje quando eu voltava do trabalho eu estava escutando meu podcast preferido (www.morehipthanhippie.com) e as malucas resolveram incluir o discurso do Obahma no final, e foi uma surpresa. Vale a pena ouvir, eh bastante inspirador, e se voce nao trabalhou com publicidade, quem sabe voce ateh acredite na metade do que ele diz. Mas algo que ele falou, que se ele cumprir, eu acredito que os estados unidos esta em boas maos: "o governo eh feito pelo povo, para o povo". Entao vamos torcer que isso respingue de alguma forma para os estrageiros perdidos por aqui.

Sobre o trabalho, tudo continua naquela. Segunda e terca foram dias cansativos e me fingi de morto no trabalho. Quem estava no google talk sabe. Mas hoje resolvi trabalhar, e o tempo passou mais rapido. O problema foi que eu meio que constatei que o cara que trabalha comigo deve ter uma leve sindrome de tourette - google se voce nao conhece - e ai eu tive varios acessos de risos, sozinho. O cara eh bem tranquilo, pacato. E ai, em todo o de repente o computador dele travou e ele comecou a chingar alto YOU PIECE OF SHIT. SHIT. SHIT. SHIT. E ai o cara sai da sala sorrindo pra pegar agua. E voltava e berrava pro computador SHI-I-I-I-I-I-I-I-T. E ai eu chorava trancando o nariz pra nao rir alto.

Ai quando passou, eu percebi que incoscientemente eu tava tentando cantar uma musica de sandy e junior na cabeca em ingles e nao conseguia encaixar o ritmo. Let's build - one brigde in us - to connect my heart on yours - all the love that exists in us. Essa vida de tradutor esta me deixando crazy beleza. Maluco beauty? Ah sei la, pergunta pro Haul Saichans.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

virando tudo


Jenga eh um jogo bem legal. Sabado a noite, me irritei com todos os estudantes por aqui, cada um em seu computador. Pedi a palavra e convoquei todo mundo para um jogo. As regras eram simples: cada um tira uma peca, quem deixar cair vira uma dose. E ai foi virando uma bagunca. Eu acabei tomando duas, mas teve gente confundindo peca com dedo e assim por diante.

De certa forma eu me sinto bem aqui nessa casa, apesar de algumas coisinhas. Estamos em absurdos 8 estudantes mais a familia. Doze pessoas divindo a mesma casa, o mesmo jantar, mas nao a mesma cultura. E eh legal, sai colombiana, entra coreana, sai japonesa entra suico, entra espanhola, e rodrigo e turco saem do quarto. Sim. Por essa semana, eu e meu fiel parceiro soldado - sim, ele chegou a ir para a guerra do iraque - estamos divindo uma nada ampla sala de estar. Eu me arranjei um colchao aqui mesmo, mas o turco estava dormindo num sofa e eu vi que tava feio o negocio.

Falei num post anterior que eu teria que me mudar mais uma vez antes da machouse. Bom, acho que ja entenderam que rolou uma solucao, meio que mais ou menos. Mas nem o fato de meu guardaroupa ser um pequeno closet embaixo da escada me desanima mais, eu to mesmo cagando e correndo por aqui. Pra confirmar, chorei de rir no primeiro dia que me cobri com um saco de dormir. Passei pelo menos cinco minutos tentando recompor o folego pra explicar pro turco uma constatacao a respeito do saco de dormir. E nao usei. E ai hoje enquanto o turco jantava, peguei o saco de dormir que eu nao usei, baguncei a sala toda, tirei todas as almofadas do sofa e enfiei dentro do saco e fiz uma cama pra ele. Angie me ajudava enquanto Shan, o pentelho de sete anos berrava "voce pediu pra minha mae? voce pediu pra ela?". Eu nao pedi, mas entendo que eh um problema de todos, entao resolvi resolver.

Depois do jantar, em uma conversa com o casal da franca eu ganhei uma barraca de camping e um colchonete. Eles compraram para algumas aventuras por aqui e nao vao levar de volta, e como eu ja havia falado que gostava de acampar, ganhei de presente. Como eu disse, eu gosto dessa casa aqui, das pessoas e da forma como elas gostam de mim. Eu poderia escrever um outro post daqueles, mas hoje nem quero. Soh quero falar que na procura das pessoas certas, voce precisa mudar um pouco o que procura pra tambem poder ser achado. Que tenho amigos mais incriveis no brasil, e que tenho pessoas muito legais por aqui . Nenhum lugar substitui o outro, nenhuma experiencia substitui a outra, ninguem substitui ninguem. E ai entao, a gente soma, soma, soma...

sábado, 8 de novembro de 2008

modo turista ativado

Minha vida de funcionario vai ateh as 5 horas de sexta-feira, e ai eu ativo o modo turista. Na sexta, mandei denovo mensagem pro turco, e dessa vez, para a Koreana. A colombiana esta em outra casa agora, e no lugar dela entrou a Angie. Na verdade, o nome dela eh Najeong, mas ontem batizamos ela com um nome americano. Acho que o povo asiatico gosta desse lance de ter um nome americano. Enfim, com turco e angie a bordo, fomos garimpar as bandas da powell denovo a procura de um bar, e acabamos em outro pub, um pouco menor. Uma das coisas mais legais foi que a garconete ficou conversando com a gente no final. Ela eh da australia, morou na alemanha, turquia, coreia, menos no brasil.


E ai uma parada na volta pra ouvir uma banda no meio da rua.
Depois de toda a cervja, decidimos que fariamos cafe em casa. E ai enquanto o cafe torrava na cafeteira, nos torravamos nos mesmos com uma garrafa de vinho que tinha por aqui. Tao torrados, que comecamos a misturar sorvete no vinho e jurava que era um cocktail-anti-ressaca. Saca a textura da nhaca no meu copo.

Bom, depois de tudo isso que acabei conhecendo a Angie, e foi uma surpresa muito legal. Angie estuda psicologia, e depois de muito tentar me explicar que tipo de psicologia, eu consegui entender. Coincidentemente, eu tenho duas teorias da psicologia que eu acho muito interessante, e sao exatamente as que ela estuda. Ela eh um sete com asas no oito, e eu tambem. Fomos ver as estrelas, mostrei pra ela as "tres marys", e ai eu fui dormir por que eu comecei a sentir o movimento rotativo da terra.

Hoje de manha pegamos uma carona com a gina e fomos passear por alguns lugares bonitos, oras com chuva, oras sem chuva. Entao, sem mais muitas palavras:

A golden gate nao cansa ninguem.

Nem cachorro.

Alcatraz de longe.

Um pico muito bonito.

Ainda no pico bonito.

E ai na volta tinha essa geringonca sem graca.

Ai eu fui entrevistado sobre a geringonca sem graca.

Who, who, who, who?



Brasil!

Sopa no pao, what the heck?