domingo, 30 de novembro de 2008

when the puppets go mad

E assim acaba o feriadao por aqui, com os bonecos enlouquecendo, ou as pessoas em si. Com a turminha internacional, espanhola, koreana e turco, pirei na casa e na picnic area 2, num parque aqui do lado de casa, que acabou de se tornar um lugar especial pra gente. O turco maluco dançava e cantava algumas coisas da turquia, enquanto a espanhola acompanhava e pedia pra aprender dança koreana e brasileira. A angie nao dançou porque nao tinha um leque, e eu nao sei sambar.

O turco entrou numa bad trip e começou a chorar e arrotar enquanto falava com a namorada, muito próximo a ele a gente ria enquanto comia arroz com ketchup com chopsticks, o mesmo que usamos para jogar rouba monte - o jogo de cartas mais internacional que eu ja tive conhecimento. E mais facil de explicar, quando nao eh o caso.

O feriadao encerra com muitos bons momentos, afinal, como nao poderia ser com tanta gente maluca do meu lado? Eu sou um pararaio de loucos, e ainda bem. Amanha eh segunda e preciso colocar a cabeca no lugar pois sei que vai ser puxado. Mas no fim desta semana, se tudo der certo finalmente, estou de mudança para Daly City. Alias, eu e os malucos todos.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

agora o oposto do que eu disse antes

A semana passou, o feriado chegou e o peru assou. Ontem foi thanksgiving, dia de açao de graças, como diria a traduçao de filmes de sessao da tarde no brasil. Me levei para a casa dos brasileiros gauchos na mission e tive um momento bacana por la. Me vi numa casa com vinte pessoas, entre elas brasileiros, americanos, alemaes, indianos, espanhois e sabe-se-la mais o que. Em algum certo momento, que podemos chamar de quinta cerveja, me vi observando todas aquelas pessoas, viajantes ou nem tanto, mas que estavam ali com alguns propositos iguais. Pessoas livres e que tem o mundo como sua casa, conversando, bebendo e comemorando junto um feriado qualquer. Inclusive bati um papo com uma alema meio maluca que está agora a caminho de new york por que alguem la disse pra ela que ela tinha talento para ler maos. É no minimo esquisito estar num lugar assim, mas ninguem acha isso na verdade. Eu estou acompanhando uma transformacao aqui, e mais bonito que fazer ela acontecer é perceber ela aparecendo.

Estou curtindo um feriadao por aqui, por que americano tambem emenda as coisas. Estou tirando umas ferias de excel, de traducoes e um pouquinho de mim mesmo. Hoje sai para caminhar e nao pensar, ao inves de pensar. Pois quando procuramos demais por algumas respostas, esquecemos que o que precisamos mesmo sao perguntas certas. Ando bem pensativo, e segundo algumas conversas que eu tive, é algo normal para alguem no meu lugar. Entao eu só multiplico minha insanidade pelo número de novas experiencias e aceito a forma como as novas ideias pulsam na minha cabeça. Algumas oportunidades nao sao oportunidades, alguns sentimentos nao sao reais, algumas decisoes sao erradas pois sao baseadas nisso. E ai como degrais falsos eu vou subindo e caindo, enquanto tento chegar onde eu nao sei muito bem. E é por isso que as vezes digo e me contradigo e confundo todo mundo. Mas de uma coisa eu ja nao tenho mais duvidas: eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opniao formada sobre tudo.

Ps.: inventei um jogo novo e se chama crashing the pumpkin. alguem ta afim de limpar a sujeira?

terça-feira, 25 de novembro de 2008

ruou-dri-gou

Quer ouvir como as pessoas pronunciam meu nome aqui nos estados unidos? Faz o seguinte: escute isso. (passe adiante para o minuto 40)

Falei em uns posts atras que eu ouvia diariamente um podcast, de duas malucas, sobre questoes ambientais, revolucao verde e tudo mais que possa se encaixar no titulo more hip than hippie. Resolvi enviar um e-mail pra elas e contar algumas coisas. Essas malucas, alem de super ligadas em tudo que ha de novo em termos de ecologicamente correto, degustam em cada podcast uma cerveja diferente. Quem me conhece sabe minha relacao com cervejas diferentes. Enfim, nao resisti, mandei um e-mail, e agora tenho que ir logo ali em Chico pois elas falaram no ar que vao me pagar uma cerveja (soh nao vou falar que ja tomei a Sierra Nevada).

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

e ai eu corri


Ateh descobrir que recomeço nao é uma linha reta. Pode ter curvas, ou pode nao ter saida. E entao voltei a ouvir, e nada melhor que ouvir a sua propria voz quando nao é falando com voce mesmo. E ouvir a voz de alguem que ouve a sua voz, e diz coisas que voce já sabia mas alguém precisava te dizer. Falar com alguém que te conhece e que vai te dizer onde foi que voce se perdeu. Tenho amigos maravilhosos no Brasil mesmo. E aí eu conto meus erros, que me entende, que me clareia, ou que me escuta e me diz o que eu devo fazer, soando como o que eu quero ouvir. E aí eu acrescento na minha mais nova lucidez: aqui, eu também tenho gente maravilhosa. Se tenho. E entre tanta coisa que eu poderia falar depois de uns dias perfeitos, com um final - que nao é um fim - que nao merecia, eu só quero dizer que: numa folha qualquer, eu desenho um sol amarelo. Que com cinco ou seis retas, é facil fazer um castelo. Que posso correr o lapis em torno da minha mao e me dar uma luva. E se eu faço chover, com dois riscos, eu tenho um guardachuva. O futuro é uma astronave que tentamos pilotar, que nao nem tempo, nem piedade, nem tem hora pra chegar. Sem pedir, muda nossa vida, e nos convida a rir ou chorar.

Amanha eu vou acordar e te sorrir. E agora eu engato a ré, vou sem pressa, e cantando toquinho. Mas na minha versao, e no que depender de mim, nao descolorirá. Ouviu?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

que venha amanha


Pra variar, ando correndo. Corro para o trabalho, corro para casa, corro pra quem me chama. E aqui eu ajeito tudo, se nao tem tempo pra dormir, a gente tira uma soneca no metrô mesmo. O que importa é o impulso, quando o impulso é o que menos conta. E aí eu vou e venho, volto e fico, e já nem escuto bem o que me dizem. O tempo anda e eu quero correr. Eu vivo cinco dias em vinte e quatro horas.

E aí o medo se vai, por que tao rápido quanto as coisas vem, elas também vao. É só eu correr que tudo passa, tao rápido quanto as paisagens desfocadas que, ainda assim, aprecio enquanto vou correndo daqui pra lá. E mesmo quando eu paro eu nunca paro. E mesmo quando eu nao sei onde eu estou indo eu continuo indo. Por que a vida é mesmo uma história contada por um idiota. E se nao fosse, nao seria história. Nao a minha.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

don't monday me.

Segunda com preguiça de pensar, com saudade do final de semana, e de outras coisas mais. Tô até com dor de cabeça. Pode ser só rapidinha?

rapidinha#1: tem pessoas no meu trabalho que me respondem as coisas, as vezes parece, que até antes de eu terminar de escrever o e-mail. tem pessoas que nunca respondem e eu ficuputu.

rapidinha#2: nos reunimos uns 4 ou 5 na sala de reunioes hoje antes de eu ir embora pra ver o por do sol mais lindo que eu ja vi na minha vida. e nao tirei foto.

rapidinha#3: a piada do pintinho é a seguinte: foi ciscar caiu.

rapidinha#4: guia prático para o sucesso em três etapas: 1) faça acontecer. 2) descubra o que deu errado. 3) faça acontecer.

rapidinha#5: abraço deve ser coisa de brasileiro.

rapidinha#6: tenho que parar de só lavar roupa quando eu nao tenho mais nenhuma roupa que eu possa usar outra vez. e meus sapatos precisam de um trato.

rapidinha#7: tenho que parar de deixar pra passar minha roupa de manha antes de trabalhar, e acabar nao passando.

rapidinha#8: vou lá passar roupa.

domingo, 16 de novembro de 2008

domingo eh dia de andar de barco


Convoquei angie e fomos passear de barco, ateh sausalito e tirar fotos. Estar em uma das cidades mais lindas do mundo eh isso. Sem muito o que falar, senao pelas imagens. A coisa mais engracada do dia foi estar passeando em saulito e ouvir alguem me chamar: Ah nao, Rodrigo? Encontrei o andre por la, o cara da casa da mission st, todo ralado por causa de um acidente ciclistico a caminho da cidade. Voltamos com eles no ferry, e infelizmente as fotos noturnas ficaram uma merda. Desculpe pelas paisagens repetidas, eh que, pelo menos ao vivo, nao cansa de ver.



E agora a melhor: a foto da piada da gaivota de uma perna soh.

Quando eu cheguei em casa e baixei as fotos que eu vi isso. Eu chorava de rir enquanto mostrava a foto pro turco e tentava traduzir pra ele a piada do pintinho de uma perna soh. Ele soh ria da minha cara, enquanto eu encenava a palavra ciscar, por que eu tava com preguica de olhar no dicionario. Alias, eu to rindo ateh agora. Essa eh a gaivota mais bizarra que eu ja vi!

By the way, mamae eu vi uma foca.

um pouco de um monte de coisa

Passando para uma postagem meio preguicosa, mas soh meio, sem deixar de resumir um pouco dos ultimos dias. Sexta participei do meu primeiro acidente de carro na america, para ser um pouco dramatico. Kyle, o auditor gente boa que trabalha comigo em Pt Richmond, e que fala ateh que um bom portugues, e que me pagou o almoco numa pizzaria de brasileiros na sexta, me deu uma carona do trabalho ateh a estacao do BART. No caminho, enquanto conversamos, eu falando ingles e ele respondendo em portugues, uma retardada virou a esquerda e bateu no carro dele. Acontece que estavamos em Richmond, dentro da area conhecida como o triangulo de Richmond. Trauduzindo culturalmente, significa uma das tres areas mais perigosas dos estados unidos. E la estavamos nos, com um pneu a menos, em um gueto nada simpatico. Reduzindo, nem a compania de seguro apareceu pra prestar o servico dada a simpatica localidade, e ai um mano do gueto apareceu do nada e trocou o pneu pra gente. E foi uma licao.

Cheguei em casa atrasado para o que seria a vamos-pra-qualquer-lugar-get-crazy-night, e ai acabamos passando numa conveniencia para comprar alguns abastecimentos e ficarmos por aqui. Eu, ata - o turco, angie e conti - a espanhola, compramos cerveja, que acabamos misturando com uma bebida coreana, vodka, cha, nescau e cafe, e muitas vezes tudo no mesmo copo, como demonstrada na foto estranha abaixo. Tudo isso, ao som ao vivo de angie tocando piano. De chopin a alicia keys, ela deixou todo mundo com a cara no chao. A ressaca hoje, apesar de um cha magico chines curador de ressaca, foi pesada.

Acordei cedo pois eu tinha que ir ao banco. Em um momento de pouca lucidez dois dias atras, eu esqueci meu cartao dentro da maquina quando fui sacar dinheiro, e soh percebi isso quando eu precisei dele para pagar meu almoco. Shit happens, mas nada que uma ligacao para a Tula nao resolva tudo. Alias, passei la essa semana e ensinei ela a ver o extrato do banco na internet enquanto ela me alimentava com arroz, feijao e muito cookie.

Depois de dois banhos, tres remedios, e muitas horas de sono, criei coragem (leia vergonha) e fui cortar meu cabelo. Nada muito profissional, ainda mais pelo preco. Voce quer que eu corte aqui, perguntava a retardada sem muita nocao basica sobre como deixar um cabelo mais curto. Mas deu tudo certo. Liguei para a angie, que hoje se mudou para a casa a mae da gina, e falei: letsgetthehellout. Nos encontramos na powell, e de subito, pegamos um onibus e fomos para a embarcadeiro. E ai constato: trouxe a camera, mas nao o memory card. Estavamos num lugar lindo, comemos pizza, tomamos vinho e fizemos o que provavelmente foi a caminhada noturna mais bonita que eu ja fiz. Cada vez mais descubro o potencial que esta cidade tem em ser bonita de tirar o folego. O celular fez uma foto e da pra ter uma ideia, no inicio do post.

Agora, 1 e minha idade da manha, estou indo para meu quarto. O quarto que eu estava, que nao eh a sala, e que eu ainda divido com o turco. Chega de acampamento, chega de morar metade na sala, metade embaixo da escada. Por enquanto, pois eu nunca sei. Mas ta tudo certo, eu moro mais embaixo do meu chapeu do que nunca. Eu moro ali perto daquele ponte, moro no coracao de um monte de gente, moro aqui e daqui a pouco ali. E tudo isso as vezes eh tao aconchegante quanto minha cama no Brasil.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

for the people, by the people

Soh para nao passar em branco, e antes tarde do que nunca, a eleicao do Obahma por aqui foi realmente um plus na minha experienca com a cultura americana. No dia das eleicoes, houve uma excitacao muito grande. Todos no meu trabalho me perguntavam: onde voce vai assistir as eleicoes? A pergunta estava no ar mesmo por que haviam varias opcoes, ateh salas de cinema vendiam ingressos - e esgotaram rapido - para assistir o final das eleicoes. Eu acabei indo num bar mexicano com meu parceiro turco e assisti ao resultado tomando cervejas e comendo quilos de nachos.

Resolvi escrever isso hoje pois hoje quando eu voltava do trabalho eu estava escutando meu podcast preferido (www.morehipthanhippie.com) e as malucas resolveram incluir o discurso do Obahma no final, e foi uma surpresa. Vale a pena ouvir, eh bastante inspirador, e se voce nao trabalhou com publicidade, quem sabe voce ateh acredite na metade do que ele diz. Mas algo que ele falou, que se ele cumprir, eu acredito que os estados unidos esta em boas maos: "o governo eh feito pelo povo, para o povo". Entao vamos torcer que isso respingue de alguma forma para os estrageiros perdidos por aqui.

Sobre o trabalho, tudo continua naquela. Segunda e terca foram dias cansativos e me fingi de morto no trabalho. Quem estava no google talk sabe. Mas hoje resolvi trabalhar, e o tempo passou mais rapido. O problema foi que eu meio que constatei que o cara que trabalha comigo deve ter uma leve sindrome de tourette - google se voce nao conhece - e ai eu tive varios acessos de risos, sozinho. O cara eh bem tranquilo, pacato. E ai, em todo o de repente o computador dele travou e ele comecou a chingar alto YOU PIECE OF SHIT. SHIT. SHIT. SHIT. E ai o cara sai da sala sorrindo pra pegar agua. E voltava e berrava pro computador SHI-I-I-I-I-I-I-I-T. E ai eu chorava trancando o nariz pra nao rir alto.

Ai quando passou, eu percebi que incoscientemente eu tava tentando cantar uma musica de sandy e junior na cabeca em ingles e nao conseguia encaixar o ritmo. Let's build - one brigde in us - to connect my heart on yours - all the love that exists in us. Essa vida de tradutor esta me deixando crazy beleza. Maluco beauty? Ah sei la, pergunta pro Haul Saichans.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

virando tudo


Jenga eh um jogo bem legal. Sabado a noite, me irritei com todos os estudantes por aqui, cada um em seu computador. Pedi a palavra e convoquei todo mundo para um jogo. As regras eram simples: cada um tira uma peca, quem deixar cair vira uma dose. E ai foi virando uma bagunca. Eu acabei tomando duas, mas teve gente confundindo peca com dedo e assim por diante.

De certa forma eu me sinto bem aqui nessa casa, apesar de algumas coisinhas. Estamos em absurdos 8 estudantes mais a familia. Doze pessoas divindo a mesma casa, o mesmo jantar, mas nao a mesma cultura. E eh legal, sai colombiana, entra coreana, sai japonesa entra suico, entra espanhola, e rodrigo e turco saem do quarto. Sim. Por essa semana, eu e meu fiel parceiro soldado - sim, ele chegou a ir para a guerra do iraque - estamos divindo uma nada ampla sala de estar. Eu me arranjei um colchao aqui mesmo, mas o turco estava dormindo num sofa e eu vi que tava feio o negocio.

Falei num post anterior que eu teria que me mudar mais uma vez antes da machouse. Bom, acho que ja entenderam que rolou uma solucao, meio que mais ou menos. Mas nem o fato de meu guardaroupa ser um pequeno closet embaixo da escada me desanima mais, eu to mesmo cagando e correndo por aqui. Pra confirmar, chorei de rir no primeiro dia que me cobri com um saco de dormir. Passei pelo menos cinco minutos tentando recompor o folego pra explicar pro turco uma constatacao a respeito do saco de dormir. E nao usei. E ai hoje enquanto o turco jantava, peguei o saco de dormir que eu nao usei, baguncei a sala toda, tirei todas as almofadas do sofa e enfiei dentro do saco e fiz uma cama pra ele. Angie me ajudava enquanto Shan, o pentelho de sete anos berrava "voce pediu pra minha mae? voce pediu pra ela?". Eu nao pedi, mas entendo que eh um problema de todos, entao resolvi resolver.

Depois do jantar, em uma conversa com o casal da franca eu ganhei uma barraca de camping e um colchonete. Eles compraram para algumas aventuras por aqui e nao vao levar de volta, e como eu ja havia falado que gostava de acampar, ganhei de presente. Como eu disse, eu gosto dessa casa aqui, das pessoas e da forma como elas gostam de mim. Eu poderia escrever um outro post daqueles, mas hoje nem quero. Soh quero falar que na procura das pessoas certas, voce precisa mudar um pouco o que procura pra tambem poder ser achado. Que tenho amigos mais incriveis no brasil, e que tenho pessoas muito legais por aqui . Nenhum lugar substitui o outro, nenhuma experiencia substitui a outra, ninguem substitui ninguem. E ai entao, a gente soma, soma, soma...

sábado, 8 de novembro de 2008

modo turista ativado

Minha vida de funcionario vai ateh as 5 horas de sexta-feira, e ai eu ativo o modo turista. Na sexta, mandei denovo mensagem pro turco, e dessa vez, para a Koreana. A colombiana esta em outra casa agora, e no lugar dela entrou a Angie. Na verdade, o nome dela eh Najeong, mas ontem batizamos ela com um nome americano. Acho que o povo asiatico gosta desse lance de ter um nome americano. Enfim, com turco e angie a bordo, fomos garimpar as bandas da powell denovo a procura de um bar, e acabamos em outro pub, um pouco menor. Uma das coisas mais legais foi que a garconete ficou conversando com a gente no final. Ela eh da australia, morou na alemanha, turquia, coreia, menos no brasil.


E ai uma parada na volta pra ouvir uma banda no meio da rua.
Depois de toda a cervja, decidimos que fariamos cafe em casa. E ai enquanto o cafe torrava na cafeteira, nos torravamos nos mesmos com uma garrafa de vinho que tinha por aqui. Tao torrados, que comecamos a misturar sorvete no vinho e jurava que era um cocktail-anti-ressaca. Saca a textura da nhaca no meu copo.

Bom, depois de tudo isso que acabei conhecendo a Angie, e foi uma surpresa muito legal. Angie estuda psicologia, e depois de muito tentar me explicar que tipo de psicologia, eu consegui entender. Coincidentemente, eu tenho duas teorias da psicologia que eu acho muito interessante, e sao exatamente as que ela estuda. Ela eh um sete com asas no oito, e eu tambem. Fomos ver as estrelas, mostrei pra ela as "tres marys", e ai eu fui dormir por que eu comecei a sentir o movimento rotativo da terra.

Hoje de manha pegamos uma carona com a gina e fomos passear por alguns lugares bonitos, oras com chuva, oras sem chuva. Entao, sem mais muitas palavras:

A golden gate nao cansa ninguem.

Nem cachorro.

Alcatraz de longe.

Um pico muito bonito.

Ainda no pico bonito.

E ai na volta tinha essa geringonca sem graca.

Ai eu fui entrevistado sobre a geringonca sem graca.

Who, who, who, who?



Brasil!

Sopa no pao, what the heck?

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

escuta aqui.


As vezes eu preciso escrever e as vezes eu preciso pensar. As vezes eu preciso parar, pra perceber que eu preciso continuar. E as vezes eu tomo vinho, e comeco a rimar.

Foram dias estranhos e sem sentido. Virei meu proprio estudo de caso, pra entender um pouco mais sobre tudo. Tentei o por que, mas dessa vez para chegar ao como. E percebi como eh facil esquecer que sentido nao se busca, se da. Minhas longas viagens de metro, por exemplo, ganharam varios sentidos. Eu nao acho que tive tanto tempo livre na minha vida para pensar em mim mesmo e no que eu quero. Todo mundo quer atencao, mas no fundo, o quanto de atencao voce da ao que voce mesmo quer?

Eu me ouvi e transformei numa lista, no meu iPod, no meu bolso, perto de mim. Aprendi como eh facil esquecer coisas que acreditamos, principios que fazem parte do que somos e o mais importante, perder a clareza de saber quem somos e o que queremos. Se vamos a algum lugar, que pelo menos possamos nos dar a chance de escolher o onde e o por que. E foi assim que eu fui de um lugar ao outro, de uma pessoa a outra, ou do Brasil ateh aqui. Sei que se eu ver la na frente, nao me importa o que esta no caminho e vai me fazer tropecar.

E ai, se eu presto bastante atencao, ateh as sacolas de supermercado falam comigo.

prestatencao#1: Blog, blog meu, alguem tem uma vista no trabalho melhor do que eu?


prestatencao#2: Me liga baby, por que apesar do cabelo, eu pareco importante.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

domingo, 2 de novembro de 2008

amanha eh segunda-feira



Eu lembro que a ultima vez que eu chorei foi quando eu estava dentro do aviao, sobrevoando San Francisco. Foi muito estranho ver a mesma imagem que eu tanto via pelo google earth, mas ali, bem na minha frente. Sabendo que a partir daquele momento eu poderia explorar tudo aquilo com meus pes, nao mais usando o cursor do meu mouse. Foi quando eu senti que tudo era real, e a minha ficha comecou a cair.

Hoje, nao tenho certeza se minha ficha caiu ou continua na beirinha, me separando da realidade que eu vivo e das coisas que eu ainda nao sei se eu entendo. Complicado assim. Este final de semana, descobri que estou aprendendo coisas que eu nem sabia. Eu vim preparado para economizar meu dinheiro, para enfrentar os desafios da lingua, para arrastar minha mala quantas vezes fossem necessarias para achar meu proprio canto. Mas a saudade apertou e acabou me esgamando nos ultimos dias, e pra isso, eu nao estava preparado.

Ontem eu mergulhei em uma garrafa de vinho e encomodei. Encomodei certas pessoas e com isso encomodei a mim mesmo. A fracao de novos sentimentos, bons e ruins, eh muito grande e voce se perde. Eu me perdi um pouco. Talvez por eu nao ter todas as bases que me seguravam, todas as coisas que me distraiam de mim mesmo, todas as pessoas que me ajudavam a ver quem eu sou. Eu tenho um monte de gente e nao tenho ninguem. Eu tenho um milhao de abracos, mas todos la, em outro continente.

Entao se hoje eu fosse chorar, seria pela mesma ficha, que assim como eu, se eliquibra para nao cair. Mas tambem pelo que aprendi, e pelo que aprendi a valorizar. Pelo vazio, mas tambem por aprender que eh soh abrir as portas certas. Por aquilo que eu consegui e por aquilo que ainda sei que posso alcancar. Se eu conseguir aproveitar o melhor, de cada pior momento, posso fazer toda essa experiencia maior que eu imaginei.

Entao deixa a ficha la, que eu me viro aqui. Me desculpe qualquer coisa, e deixa que comigo eu me entendo.

ps.: fiz um video para deixar voces tontos com um pouquinho da minha rotina.

sábado, 1 de novembro de 2008

why so serious?


Entao, depois de passar a semana fritando a cabeca com traducoes, eu pirei e decidi pintar a cara. Era Halloween e intimei a colombiana e o turco pra fazermos algo. Ninguem queria vestir fantasia e nem dava tempo pra comprar ou alugar alguma coisa. E ai eu disse, vamos pintar a cara. O turco disse que nao, e nao conseguiu explicar o por que. Talvez religiao, talvez preconceito, talvez ele nao sabe falar ingles. A colombiana queria ficar bonitinha entao ela fez uma batigirl, pra entrar no clima comigo. Eu fui logo fazendo uma homenagem ao melhor vilao do ano, do ano passado, e do proximo ano. E carreguei a mensagem do why so serious, por que vale a pena.

Pegamos um metro, um onibus e andamos um pouquinho pra chegar na Castro com a Market. Os transportes publicos estavam cheio de bruxas, cachorros, pessoa-balao, pessoa-banana, pessoa-caixa-de-pizza, piratas, pessoa-moldura, gente pintada aleatoriamente, teletubies, happy tree friends, e uma inifidade de outros bichos e personagens. Parecia que eu tinha pego o metro para a terra do crack. A cena mais inesquecivel foi ver uma pessoa vestida de caixa de leite atravessando a rua correndo.

Demos umas voltas, mas nao entramos na Castro por que nao poderia beber la esse ano. Mas andamos pela Market rindo das fantasias mais absurdas, e depois paramos em um bar pra beber umas cervejas e conversar como se fosse uma coisa normal. Infelizmente aqui ainda dependo do metro, e o safado soh funciona ateh uma hora da manha. Cheguei em casa e tomei um banho de agua escaldante pra tirar toda a tinta que me corroia.

Hoje eh sabado, e vamos ver o que acontece. Ai vai uma foto com minha parceira de tinta na cara: