quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

um plano em branco

Hoje voltei a pensar sobre o assunto carreira, por uma série de razões que não vao entrar neste post, nem neste blog, tão cedo. Mas hoje eu pensei nisso, e pensei muito. Gosto muito de propaganda, de publicidade e de marketing. Mas gosto de tudo isso por uma razão: é onde eu posso ser criativo. Meu trabalho aqui, em pequenas doses, aproveitadas ao máximo, tem me permitido usar esse meu lado. Enquanto na verdade, penso que quanto mais eu conseguir provar que tenho isso, mas vão me permitir usar. Hoje tento ser criativo fazendo planilhas, e até que funciona. Com traduções não funciona, nem um pouco.

Não quero dizer que estou frustrado com meu trabalho aqui, não é bem isso. Sei dar valor, e sei que a oportunidade que estou enxergando aqui é maior que eu imaginava. Enquanto eu considerava vir pra cá e fazer qualquer coisa só pra estar aqui e viver essa experiência, tenho meu próprio laptop e cartão de visita. Eu nunca tive meu próprio cartão de visita – o que para um designer, é um afronto à classe. Tenho a oportunidade de mostrar grandes responsabilidades, sou praticamente responsável pelo bom andamento dos negócios em um país. O meu país. E o retorno de todo o esforço em silêncio que tenho feito aparece aqui, ali e logo mais que eu já sei.

Aqui ganho pouco e isso nunca foi prioridade. Se passamos a maior parte do nosso dia, pelo menos da parcela que passamos acordado, trabalhando, nos preparando para trabalhar, indo para o trabalho ou indo descansar para trabalhar no outro dia, é no mínimo um pouquinho interessante considerar ser apaixonado pelo o que você faz. Senão, perde-se o sentido, perde-se o tempo, perde-se a ambição. E foi assim que passei de um curso para o outro, de um emprego para o outro. Nunca pedi um aumento – senão pela insinuada que redigi essa semana. Mas também nunca morei sozinho, então vamos deixar assim.

E aí com base em tudo isso, que hoje pensei em carreira. Digo, com toda a enfatidão, que hoje não sei o que eu quero. Não me vejo mais em agência, apenas sei que foi a experiência profissional mais fantástica e engrandecedora que já tive. Gosto de um ambiente mais business, mas não quero usar gravata e jargões, nem ser mais um personagem do The Office. Brinco que quero virar escritor de seriado de comédia, mas é que hippies já tem demais. Eu realmente parei no meio dos trilhos pra rever as opções. E de certa forma, isso é bom. Por alguns poucos meses, isso vai ser bom. Não vou me desligar da causa, só vou parar de franzir a testa a respeito.

Isso tudo sei que é parte de todas essas descobertas que tenho feito por aqui. Me sinto um escavador, as vezes, retirando a areia de cima do tesouro usando um pincel bem pequeno. Melhor ir devagar a correr o risco de estragar alguma coisa. E aí a gente treina a paciência, que é irmã da inteligência, prima da sabedoria, tia-avó das decisões corretas. Devagar eu descubro mais o que posso, se me permito aceitar o que tenho na mão. E cada vez mais me sinto confiante para usar essa mão e agarrar o que eu quiser, na hora certa, no lugar certo. Acredito que cada um tem um talento especial, de acordo com suas experiências. O meu, ei de saber.

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