Fiquei muito tempo sem escrever por que cai num buraco. Vi várias cores diferentes. Vai ver eu cai fora do buraco. E aí fui vagando e pegando pessoas no caminho para rodar nas mais loucas rodas gigantes. As que giram de ponta cabeça são as melhores. Vi um outro mundo e ele é maior que eu pensava. E mais perto. E no meio disso tudo olhei pra mim e comparei. Comparei com o antes e com alguns depois. Virei um jogo de tabuleiro divertido, daqueles que você não sabe o que vem na carta que vai pegar. Que talvez você ande um casa para trás, talvez você apenas espere mais uma rodada. Rolar os dados virou mania.
Passei de alguém que eu era, para quem eu não era, e dei uma parada no caminho de volta. Decidi relaxar e ficar relaxado. Tudo tem seu tempo, tempo pra trabalhar e tempo pra fingir. Enchi a paciência de muita gente na internet. Fiz desenhos e tirei foto, discuti a vida, o universo, relação e relação dos outros. Tem tempo para se preocupar e tempo para se preocupar em não se preocupar. E deixar o vento soprando e te carregando como uma pequena brisa. Meu tempo se tornou uma razão de mais decisões. Mas muitas delas são tão simples como decidir dormir todo dia no metro. Eu já encontei a melhor posição e não ligo mais para o uso de oculos de sol em lugares fechados.
Aprendi o passageiro. Se o mundo virou e me fez cair de um lado, percebi que os lados podem não durar pra sempre. Que pessoas caem e saem de buracos antes que a gente quisesse. Que pessoas podem ser passageiras, que experiências se colecionam, e que fases tem inicio, meio e fim. Que fases novas começam enquanto você ainda estava empolgado com a última. Que estudantes vem e vão, cada um me ensinando e aprendendo uma coisa diferente. Que amigos caem do buraco, que as temporadas mudam e assim como as vontades. E se você se diverte e age certo, tudo vale a pena.
E aí voltei. Sentei na entrada do buraco e fiz planos que vão de a à a m. Sei mais das coisas que quero e inclui em cada plano. Rolei dados, que geram diferentes combinacoes e me levam a diferentes cartas. Que levam a diferentes lugares, que me colocam em diferentes posições de um jornada. E assim digo, sem dizer muito, que a vida é uma daquelas piadas que demoram pra você entender. Mas que um dia desses qualquer, você ri sozinho, numa viagem de metrô.